Guilherme Alfonso Vieira Adami

Testosterona e Alzheimer

O nível da sua testosterona pode estar ligado ao aumento risco de desenvolvimento de Alzheimer ou Demência?

Nas últimas décadas a prevalência de Alzheimer e outros tipos de deficiência cognitiva vem aumentando ao redor do mundo. As causas envolvidas no desenvolvimento desse tipo de patologia são extremamente variadas, sendo que muitas ainda são desconhecidas. Associado a isso, atualmente sabemos que os hormônios sexuais possuem um efeito significativo na função cognitiva, especialmente em idosos.

Associando essas informações, Wenshan e colaboradores se questionaram: “Baixos níveis plasmáticos de testosterona possuem relação com o desenvolvimento da doença de Alzheimer?”

Para responder esse questionamento, o grupo de pesquisadores realizou uma meta-análise sobre o assunto. Para selecionar os artigos a serem estudados os pesquisadores filtraram por apenas estudos de Coorte prospectivo chegando a uma amostra de 5251 homens e 240 casos da doença.

Os resultados encontrados nos sugerem que realmente baixos níveis de testosterona no plasma estão significativamente associados a um risco aumentado de Doença de Alzheimer em homens idosos, além de um maior risco de pior função cognitiva.

Além disso, Zhang e colaboradores, de forma similar, analisaram através de outra meta-análise a correlação entre baixos níveis de testosterona e casos de demência em geral. Os resultados encontrados sugerem que níveis baixos de testosterona estão associados ao aumento de risco de demência por todas as causas.

A partir desses estudos, fica evidente o papel da testosterona em níveis fisiológicos para manutenção não apenas da saúde osteomuscular, mas também da saúde mental do homem, especialmente idoso.

Você já conhecia essas correlações? Comenta aqui embaixo o que achou!

Referências

Low Testosterone Level and Risk of Alzheimer’s Disease in the Elderly Men: a Systematic Review and Meta-Analysis
DOI: 10.1007/s12035-015-9315-y

Testosterone and Cognitive Impairment or Dementia in Middle-Aged or Aging Males: Causation and Intervention, a Systematic Review and Meta-Analysis
DOI: 10.1177/0891988720933351

Tribulus Terrestris é Capaz de aumentar a testosterona?

Tribulus Terrestris é Capaz de aumentar a testosterona?

A demanda por compostos naturais como alternativas para o aumento da testosterona vem crescendo exponencialmente nos últimos anos. Uma série de suplementos e fitoterápicos vem se popularizando no mercado sendo o Tribulus Terrestris um dos mais utilizados. Mas será que o Tribulus Terrestris realmente é eficaz em aumentar a testosterona?

Para responder essa pergunta, precisamos analisar o que os artigos de maior evidência cientificam relatam a respeito disso.

Uma metanálise realizada por Sha’ari e colaboradores veio para esclarecer o papel do Tribulus Terrestris nas mulheres. O grupo de pesquisadores concluiu, a partir da revisão de 20 estudos clínicos, que esse fitoterápico possui um efeito positivo na melhoria geral da função sexual feminina, sendo eficaz no aumentando do desejo sexual dessa população.

Além disso, Borrelli e colaboradores realizaram uma meta análise a fim de compreender o papel do Tribulus Terrestris e outras ervas no homem, focando no papel desses fitoterápicos no tratamento da disfunção erétil. Entretanto, apenas dois estudos foram avaliados, chegando a resultados com baixo nível de evidência. A partir de um Trial com 172 homens, sugere-se que a utilização desse fitoterápico é superior ao placebo no tratamento da disfunção erétil.

Apesar de poucos estudos analisando esse fitoterápico, podemos observar uma tendência de que o Tribulus Terrestris possui um potencial de aumento da libido. Mas e em relação a testosterona, o que as evidências nos mostram? 

Para responder a essa pergunta, precisaremos recorrer aos poucos estudos duplos cegos e randomizados publicados até o momento. Um estudo piloto coordenado por Roaiah e colaboradores avaliou a utilização de 750mg/dia de Tribulus Terrestris em um grupo de 30 homens idosos com deficiência parcial de andrógenos. A partir disso, observou-se um aumento discreto nos níveis de testosterona total e livre, porém sem relevância significativa no aumento dos níveis de LH e FSH.

Em contrapartida, outro Trial realizado pelo mesmo grupo de pesquisadores, mas agora em 30 homens com infertilidade inexplicada, encontrou que a utilização do fitoterápico não interferiu nos níveis séricos de testosterona.

A partir desse grupo de estudos, observamos que a utilização de Tribulus Terrestris para aumento de testosterona não é algo suportado pela literatura atual. Entretanto, isso não significa que esse fitoterápico não possa ter utilizações clínicas. O Tribulus Terrestris vem se mostrado eficaz no aumento da libido em certas situações, podendo ser empregado eventualmente em estratégias terapêuticas.

Referências

Testosterona pode auxiliar no tratamento da depressão em mulheres?

Testosterona pode auxiliar no tratamento da depressão em mulheres?

Há alguns dias postei aqui no blog um post destrinchando o papel da testosterona no tratamento de alguns casos de depressão. Por conta desse post, recebemos uma série de perguntas questionando se aquilo também era válido para mulheres. Pensando nisso, preparei esse post especialmente para responder esse questionamento!

Para isso, quero te apresentar um estudo randomizado duplo-cego controlado por placebo no qual avaliou a eficácia da utilização de testosterona transdermica no tratamento coadjuvante de 101 mulheres, com idades entre 21-70, com depressão maior resistente a antidepressivos.

Sabe-se que a testosterona tem efeitos no humor, apetite e até mesmo comportamento. Além disso, como já comentei, hoje sabemos que ela está associada a melhora clínica de pacientes masculinos com o quadro depressivo. Pensando nisso, o grupo de pesquisadores decidiu tentar comprovar se esse tratamento também seria benéfico para mulheres.

A partir do estudo, os pesquisadores avaliaram ao longo de 8 semanas alterações dos níveis hormonais e do quadro clínico apresentado. Como esperado, os níveis médios de testosterona total e testosterona livre aumentaram significativamente ao longo do tempo no grupo de mulheres que recebeu testosterona e também em comparação com o grupo que recebeu placebo. 

Entretanto, ao se avaliar o quadro clínico as pacientes que utilizaram testosterona exógena não apresentaram melhora dos sintomas de depressão, fadiga ou disfunção sexual em relação ao placebo.

Esse achado corrobora com a ideia já tanto debatida de que mulheres não precisam fazer terapia de reposição de testosterona. Sendo está indicada exclusivamente em casos selecionados de mulheres com quadro de desejo sexual hipoativo.

Referências

Low-Dose Testosterone Augmentation for Antidepressant-Resistant Major Depressive Disorder in Women: An 8-Week Randomized Placebo-Controlled Study doi: 10.1176 / appi.ajp.2020.19080844.

Testosterona aumenta o Risco Cardiovascular (RCV) ?

É fato que níveis baixos de testosterona estão diretamente correlacionados a uma série de distúrbios; como, por exemplo, síndrome metabólica, obesidade visceral e redução de massa muscular. A partir disso, a população com hipogonadismo rotineiramente apresenta também um maior risco cardiovascular (RCV).

Associado a esse cenário, existe um grande misticismo em relação à utilização de testosterona gerar um aumento do risco cardiovascular. Sendo assim, surge a questão: A reposição de testosterona é segura em relação ao RCV? E mais, ela é capaz de aumentar ou diminuir esse risco em determinadas populações?

Foi a essas perguntas que uma meta-análise publicada em 2018, na revista International Society for Sexual Medicine tentou nos responder.

O grupo de pesquisadores, após extensa análise avaliou um total de 15 Estudos farmacoepidemiológicos e 93 estudos randomizados. Chegando a algumas conclusões interessantes.

Ao se avaliar exclusivamente os estudos farmacoepidemiológicos chegamos a uma conclusão de que a reposição de testosterona não seria apenas segura, mas também conseguiria reduzir a mortalidade geral e morbidade cardiovascular.

Ao avaliarem os estudos randomizados, a conclusão foi similar, nos mostrando que a reposição de testosterona é sim, segura em relação ao risco cardiovascular. Entretanto, ela não se mostrou como fator protetor na população em geral. Já ao se avaliar subpopulações, como indivíduos obesos, por exemplo, foi encontrado um benefício reduzindo o risco cardiovascular durante a realização da terapia de reposição de testosterona, provavelmente devido à diminuição do peso e melhora de outros marcadores metabólicos.

Entretanto, um ponto interessante deve ser relatado. Ao se avaliar a segurança do uso crônico de níveis suprafisiológicos de testosterona, foi encontrado um aumento de risco cardiovascular. Sendo assim, a sobredosagem de Testosterona deve ser cuidadosamente evitada, especialmente em populações de maior RCV.

Referências

A Testosterona pode prevenir ou reverter o Diabetes do Tipo 2?

Não é novidade que homens com sobrepeso ou mesmo obesidade, frequentemente possuem níveis séricos de testosterona baixos. Associado a isso, sabemos que esse tipo de condição é um fator de risco para o desenvolvimento de Diabetes do Tipo 2.

 

A partir dessa relação, surgiu uma hipótese: indivíduos com alterações glicêmicas ou mesmo com diagnóstico recente de Diabetes Mellitus do Tipo 2, podem ser beneficiados com a utilização de testosterona exógena caso não apresentem hipogonadismo?

 

Foi isso que Bracken e colaboradores decidiram descobrir em seu estudo. O grupo de pesquisadores avaliou mais de mil homens, os quais apresentavam alterações glicêmicas no Teste Oral de Tolerância a Glicose (TOTG) ou então diagnóstico recente de Diabetes do tipo 2. Como critério de inclusão no estudo, os pesquisadores selecionaram entre outras variáveis, apenas homens com testosterona inferior a 403, mas que ainda não tivessem diagnóstico de hipogonadismo.

 

A ideia do estudo foi comparar se em dois anos, os homens que recebessem 1000mg de Undecanoato de testosterona a cada 12 semanas, por 2 anos, apresentariam menor chance de evoluir para diabetes em relação ao grupo que recebeu o placebo.

 

O resultado encontrado pelo grupo foi surpreendente! O grupo que recebeu testosterona teve maiores diminuições na glicemia em jejum, circunferência da cintura, percentual de gordura além de maiores aumentos na massa muscular, força de preensão manual e melhorias significativas no Índice Internacional de disfunção erétil.

 

Diante disso, uma nova arma pode entrar em nosso arsenal na prevenção de diabetes em homens com alterações glicêmicas no TOTG ou diagnóstico recente de Diabetes. Entretanto, vale ressaltar que mudanças na alimentação e prática de atividade física, permanecem como medida obrigatória para essa população.

Referências

Depressão e testosterona: O que sabemos até agora?

A depressão é considerada o mal do século XXI. Para se ter uma noção do problema, no Brasil, 54 em cada 1000 pessoas são diagnosticadas com depressão. Dessa forma, encontrar alternativas aos tratamentos clássicos com antidepressivos é fundamental.

Como já se sabe, a testosterona possui efeitos no humor, apetite e até mesmo comportamento. Correlacionado a isso, pacientes que apresentam hipogonadismo possuem sintomas que se sobrepõe aos da depressão.

Estudos recentes sugerem, inclusive, uma associação da administração de testosterona no aumento da liberação de serotonina pelos núcleos dorsais da rafe.

Um estudo publicado no Jama Psiquiatric, analisou 27 Ensaios clínicos randomizados controlados por placebo, incluindo 1890 homens. Seu objetivo foi avaliar a correlação da administração de testosterona no tratamento de depressão em pacientes do sexo masculino.

O resultado mostrou que o tratamento com testosterona está diretamente associado a uma redução significativa dos sintomas depressivos, especialmente em indivíduos hipogonadais. A melhora dos sintomas geralmente se tornava evidente de 2 a 3 semanas após início do uso da medicação.

Mas, os resultados foram além!
De forma supreendente, o estudo ainda concluiu um possível benefício da utilização de testosterona em pacientes eugonadais. Entretanto, nesses casos, foram necessárias dosagens suprafisiológicas, superiores a 500mg/semana para atingir um resultado significativo.

A partir disso, os autores do estudo concluíram que a utilização de testosterona pode contribuir na melhora clínica de pacientes com o quadro depressivo.

E você, já sabia do potencial da testosterona no tratamento da depressão? Comenta aqui o que achou do conteúdo!

Referências:
DOI: 10.1001/jamapsychiatry.2018.2734

Sibutramina volta a ser Proibida

STF derruba lei que permitia a venda da sibutramina

O Supremo Tribunal Federal (STF) nesta última quinta-feira, dia 14/10/2021 vetou novamente a venda e utilização do medicamento sibutramina para emagrecimento. Essa decisão ocorreu após cotação que se iniciou no dia anterior (quarta-feira) e teve como resultado final 7 votos a 3, vetando a comercialização e consumo deste medicamento. Além da sibutramina, outros três medicamentos para emagrecimento foram afetados com a mudança, sendo eles: anfepramona, femproporex e mazindol.

Está mudança afeta diretamente o arsenal terapêutico disponível ao tratamento da obesidade. Isso se deve a, apesar de sua ação limitada e com certo risco (especialmente à pacientes cardiopatas), a sibutramina até então ainda era utilizada por alguns profissionais devido ao seu custo monetário inferior aos outros medicamentos disponíveis, custando entre 30 e 40 reais.

Já os demais medicamentos, como anfepramona, femproporex e mazindol  já se encontravam fora das prescrições médicas.

Um ponto interessante de se destacar é que a Sibutramina já havia anteriormente sido retirada do mercado nacional em 2011 e voltou novamente ao mercado em 2017. Já no mercado europeu, essa medicação não é utilizada desde 2010.

O principal motivo que retirou esse fármaco do mercado foi o estudo SCOUT, publicado no the New England Journaul of Medicine em 2010 o qual analisou mais de 10.000 pacientes portadores de doença cardiovascular estabelecida ou de alto risco com uso de sibutramina.

Esse estudo revelou um aumento do risco de IAM de 4,1% contra 3,2% do placebo e de AVC 2,6% contra 1,9%. Apesar do aumento de risco, muitos profissionais criticam a metodologia do trabalho, uma vez que a utilização de Sibutramina em pacientes cardiopatas é contraindicada em bula. Apesar das divergências de opiniões, o que nos resta agora é retirar esse fármaco das possibilidades terapêuticas, substituindo-o por medicações mais seguras e aprovadas em nosso país.

E você, o que achou dessa mudança de legislação: Deixe aqui em baixo sua opinião.

Capa do post: O que é a Tireoide

O que é a tireoide?

Dr., me falaram que eu tenho tireoide, o que é a tireoide?

O que é a tireoide é uma pergunta que muitos pacientes apresentam rotineiramente no consultório médico. Infelizmente, devido a alta demanda de pacientes e a rotina apressada de alguns consultórios, essa pergunta muitas vezes fica sem resposta. Caso esse seja o seu caso, e você tenha chego até aqui com a dúvida de o que é essa tão falada tireoide que os médicos tanto te falam, fique tranquilo, hoje irei retirar todas as suas dúvidas sobre o que é a tireoide! 

Mas a final, o que é a tireoide?

Diferente do que algumas pessoas pensam, a tireoide NÃO é uma doença, na verdade, ela é um órgão que se localiza em nosso pescoço, ou seja, ela está presente em todas as pessoas. Em pessoas saudáveis, ela é pequena, atingindo um volume próximo a 15 mL, não sendo possível visualiza-la a olho nu. Frente a algumas doenças, como o bócio, por exemplo, é possível que a tireoide aumente de tamanho, sendo possível observá-la a olho nu.  Confira a imagem a baixo a localização e tamanho médio de uma tireoide.

Imagem representativa do tamanho e posicionamento da tireoide

O que a tireoide faz?

Como eu já te expliquei a tireoide é um órgão, mais especificamente, uma glândula, e assim como as demais glândulas do nosso corpo, ela é responsável por produzir e secretar hormônios. Existem 2 principais hormônios produzidos pela tireoide, a tiroxina (T4) e a triiodotironina (T3). Esses dois hormônios são produzidos constantemente pela tireoide, e então, são enviados ao sangue, para dessa forma, se espalharem em nosso corpo.

Todos os hormônios produzidos pelo nosso corpo são de extrema importância para a vida humana, mas sem dúvida, aqueles que mais me fascinam são os da tireoide. Tenho certeza que assim que você entender o que os hormônios da tireoide fazem em nosso corpo, você passará a concordar comigo!

A triiodotironina (T3) é o hormônio da tireoide que atua no nosso corpo, estimulando-o a funcionar de forma mais eficiente e rápida. Ele age como se fosse um combustível especial dos nossos órgãos e tecidos, fazendo com que cada órgão do nosso corpo atue de forma mais eficiente, e, de certa forma, rápida. 

Quando eu me refiro aos hormônios da tireoide agirem em todo o nosso corpo, quero realmente dizer em todo o corpo. Esses hormônios atuam desde no estímulo peristáltico do intestino a até mesmo na regulação da temperatura corporal. Idependente do órgão ou via metabólica que você imagine, os hormônios tieroidianos estarão presentes de alguma forma estimulando o aumento da eficácia e velocidade de funcionamento.

Acredito que com essas informações você já tenha entendido a importância desse incrível órgão do nosso corpo, tão pequeno, mas ao mesmo tempo, tão fundamental. Mas para não surgir dúvidas, vamos responder a seguinte pergunta:

Então não faz mal ter tireoide?

Exatamente! Agora que você já sabe o que é a tireoide Ter tireoide, fica fácil intender o porque disso não ser algo ruim, na verdade, a tireoide é um órgão tão importante quanto o estômago, intestino ou mesmo o coração na manutenção da vida humana. Sendo assim, todos nós temos tireoide, o que acontece é que algumas pessoas possuem um problema de excesso (hipertireoidismo) ou então redução (hipotireoidismo) da função dessa glândula. E é ai que surge o problema, como esse órgão produzi hormônios que agirão em todo o nosso corpo, já é de se imaginar que caso ele trabalhe de mais, ou de menos, encontraremos sérios problemas em nossa saúde. 

A partir disso, a seguir, vou te explicar exatamente o que acontece caso a sua tireoide trabalhe demais ou de menos!

O que acontece se a minha tireoide trabalhar mais do que devia?

Como te expliquei anteriormente, a tireoide produz dois hormônios que atuarão acelernaod o trabalho de basicamente todos os órgãos do nosso corpo. Na quantidade ideal, isso é uma ferramenta extremamente importânte para a nosa vida. Entretanto, caso a tireoide passe a produzir hormônios de mais, desenvolveremos uma doença chamada Hipertireoidismo e com isso, enfrentaremos uma série de sintomas extremamente desagradáveis.

Para saber quais são os sintomas do Hipertireoidismo, basta pensar o que aconteceria caso cada um de nossos órgãos passasse a trabalhar mais rápido do que deveria! Com essa linha de raciocínio fica fácil entender os sintomas dessa doença.

Sintomas do Hipertireoidismo

  • Frequência cardíaca acelerada (acima de 100 batimentos por minuto)
  • Nervosismo, ansiedade e irritação
  • Aceleração dos pensamentos associado a esgotamento mental/cansaço
  • Aumento da temperatura corporal e sudorese
  • Rápido crescimento das unhas
  • Mãos trêmulas e sudoreicas
  • Aumento da motilidade intestinal (Diarreia)
  • Perda de peso
  • Perda de apetite
  • Intolerância a temperaturas quentes
  • Queda de cabelo e/ou fraqueza do couro cabeludo
  • Fraqueza nos músculos, especialmente nos braços e coxas
  • Protrusão dos olhos(Doença de Graves)
  • Acelerada perda de cálcio dos ossos com aumento do risco de osteoporose e fraturas.

Esses são alguns dos principais sintomas que podem acometer quem possui hipertireoidismo. Vale ressaltar que a presença ou não desses e de outros sintomas varia de indivíduo para individuo, podendo ir desde ausência de sintomas a até sintomas tão graves que exigem atendimento médico imediato.

O que acontece se a minha tireoide trabalhar menos do que devia?

Quando a tireoide trabalha de menos, o problema é exatamente o contrário daquilo que conversamos anteriormente.  Nesses casos o que ocorre é uma diminuição na produção dos hormônios da tireoide, desenvolvendo o que chamamos de hipotireoidismo. Com menos hormônios tireoidianos, o que teremos é uma série de sintomas relacionados a menor velocidade de funcionamento dos nossos órgãos, se destacando os seguintes sintomas:

Sintomas do Hipotireoidismo

  • Desaceleração dos batimentos cardíacos
  • Diminuição da motilidade intestinal (Intestino preso)
  • Ganho de peso
  • Menstruação irregular
  • Diminuição da memória
  • Cansaço e sono excessivo
  • Dores musculares
  • Pele seca
  • Queda de cabelo

Esses são alguns dos principais sintomas que podem acometer quem possui hipotireoidismo. Vale ressaltar que a presença ou não desses e de outros sintomas varia de indivíduo para individuo, podendo ir desde ausência de sintomas a até sintomas tão graves que exigem atendimento médico imediato.

Qual médico cuida da tireoide?

Agora que você já sabe o que é a tireoide, vamos conversar um pouco sobre qual médico é responsável por cuidar dela. Frente a alta prevalência dessa doença, qualquer médico generalista é capaz de auxiliar na indicação de exames de rotina para rastreio e controle de hiper e hipotireoidismo, além disso, em casos mais leves de hipotireoidismo, por exemplo, até mesmo o médico generalista será capaz de tratar  essas doenças. 

Eventualmente existirão casos mais complexos e avançados que demandam de um especialista no assunto para realizar o tratamento. Nessas situações, o médico recomendado é o endocrinologista. Para o médico adquirir o título de endocrinologista, ele deverá estudar 6 anos de medicina, 3 anos de clínica médica e 2 anos de endocrinologia, totalizando cerca de 11 anos de estudos, sendo assim o profissional mais capacitado para resolver esse tipo de distúrbios.

Quando procurar por um médico para cuidar da minha tireoide?

Frente a presença de sintomas semelhantes aqueles descritos nesse texto, ou então frente ao aparecimento de caroços ou elevações no pescoço/tireoide, é fundamental a procura por atendimento médico.

Caso não existam sintomas presentes, a procura por atendimento médico deve ser feita a cada 5 anos, a partir dos 35 anos, a fim de se rastrear possíveis doenças em fases iniciais; e, com isso, iniciar o tratamento adequado antes do aparecimento de complicações.

Como cuidar da minha tireoide?

Como já foi conversado anteriormente, é importante que sejam realizados rotineiramente consultas médicas a fim de se avaliar não apenas a saúde da tireoide, mas também de todo o nosso corpo. Além disso, prática de atividade física e o consumo de alimentos ricos em vitaminas e minerais também auxiliarão você na prevenção de possíveis problemas em sua tireoide.

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Capa do Post O que é o Volanesorsen

O que é Volanesorsen?

Recentemente um novo medicamento chamado Volanesorsen com nome comercial de Waylivra® vem ganhando espaço em revistas e jornais médicos. Hoje, nós do EndocrinoLógico iremos te fornecer um breve resumo sobre essa nova medicação que promete auxiliar no tratamento da síndrome da quilomicronemia familiar (SQF)!

O que é Volanesorsen?

Volanesorsen é um medicamento vendido pelo nome comercial é Waylivra®, indicado como tratamento adjuvante em pacientes adultos portadores da síndrome de quilomicronemia familiar (SQF) geneticamente confirmada e com risco elevado de pancreatite, cuja resposta a dieta e a terapêutica de redução de triglicerídeos demonstrou ser inadequada. Essa é uma medicação extremamente recente, tendo tido sua primeira autorização de uso pela Agência Europeia de Medicamentos em  03 de maio de 2019 e sua última renovação em 04 de fevereiro de 2021.

No Brasil, a Anvisa aprovou a utilização do Waylivra no dia 24 de agosto de 2021, sendo esse o primeiro tratamento para a Síndrome da Quilomicronemia Familiar (SQF) aprovado em nosso país.

A aprovação do Waylivra® para o tratamento da Síndrome da Quilomicronemia Familiar (SQF) se deu após o estudos randomizados e duplo cego APPROACH e  COMPASS. Os resultados mostraram que a utilização do Waylivra® foi capaz de reduzir em cerca de 94% em comparação com o placebo os triglicérides dos pacientes, além de diminuir o risco de pancreatite nessa população. 

Qual o mecanismo de Ação do Volanesorsen?

O volanesorseno consiste em um oligonucleótido antisense que atua inibindo a formação da apoC-III. A apoC-III consiste em uma proteína que atua na regulação tanto do metabolismo dos triglicérides quanto da depuração hepática das quilomicrons e de outras lipoproteínas ricas em triglicéridos. A partir disso, o volanesorsen se liga ao RNA mensageiro da apoC-III impendindo a tradução ddesta proteína, removendo assim, um inibidor da depuração de triglicéridos e ativando o metabolismo através de uma via independente de LPL.

Qual a posologia de uso do Volanesorsen?

Inicialmente vamos falar brevemente da forma de apresentação do Volanesorsen. Cada ml contém 200 mg de volanesorseno de sódio o que equivale a 190 mg de volanesorseno. a partir disso, cada seringa pré-cheia contendo 1,5 ml de solução possui uma dose de  285 mg de volanesorseno.

A dose inicial recomendada ao inciiar o uso dessa medicação é a de uma dose, ou seja, 285 mg de volanesorseno em 1,5 ml de solução. Essa dose deve ser aplicada através de injeção subcutânea uma vez por semana durante 3 meses. Após os 3 meses iniciais de tratamento deve-se reduzir a frequência antes semanal para a cada uma frequência de uma aplicação a cada duas semanas.

Caso após 3 meses de tratamento com 285 mg de volanesorseno por semana ocorra uma redução de menos de 25% dos triglicérides séricos ou  caso não se atinja valores séricos abaixo de 22,6 mmol/L o tratamento deverá ser descontinuado.

Após 6 meses de tratamento com a medicação pode ser necessário realizar um novo reajuste da dose voltando à frequência semanal. Considera-se essa conduta  nos casos em que a redução sérica de triglicerídeos seja inadequada, conforme avaliação pelo especialista supervisor. Vale ressaltar que isso só poderá ser feito em pacientes com contagem de plaquetas no intervalo normal.

Nesses casos, os pacientes devem voltar a dose anterior de 285 mg de 2 em 2 semanas nos casos em que a dose mais elevada de 285 mg, uma vez por semana, não for suficiente em gerar uma redução significativa dos triglicerídeos após os 9 meses inicias do tratamento. 

É importante orientar os pacientes a adminitrarem as injeções sempre no mesmo dia da semana, e, nos casos em que falhar uma dose, caso dentro de 48 horas deverá administrar a dose em falta o mais rapidamente possível. Se o doente não reparar na falha da dose no prazo de 48 horas, então essa dose deve ser ignorada, devendo ser administrada a próxima injeção planeada.

Como funciona a monitorização de plaquetas e ajustes da dose do Volanosorsen?

A utilização do Volanesorsen possivelmente pode reduzir os níveis de plaquetas. Diante disso, deve ser feito uma monitorização frequente desse marcador. 

Antes do início do tratamento, deve determinar se a contagem é superior a 140 x 10^9
/L. Nos casos em que a contagem é menor,  deverá ser feita uma nova medição aproximadamente uma semana
depois, para reavaliação. Se a contagem das plaquetas permanecer inferior a 140 x 109
/L após a
segunda medição o Waylivra não deve ser iniciado (ver secção 4.3).
Após o início do tratamento, deverá ser realizado um controle frequente dos níveis de plaquetas do individuo, na tabela abaixo segue a recomendação de frequência e dose frente a diferentes níveis de plaquetas.

Tabela monitorização de plaquetas volanesorsen

                                   Tabela extraída do site da agência europeia de medicamentos, acesse ao documento completo aqui

Qual o modo de administração do Volanesorsen?

Este medicamento deve ser utilizado única e exclusivamente pela via subcutânea. Além disso, cada seringa pré-cheia pode ser utilizada uma única vez, não devendo ser reaproveitada. Antes de aplicar é necessário que a medicação seja inspecionada visualmente, devendo estar límpida e ser incolor a amarelada. Se a solução estiver turva ou contiver partículas visíveis, o conteúdo não pode
ser injetado e o medicamento deve ser devolvido à farmácia. 

Por fim, deve-se retirar a seringa do local de refrigeração (2°C a 8 °C) ao menos 30 minutos antes de sua utilização. Após esse prazo, pode ser feita a plicação nos seguintes locais: abdómen, a região superior da coxa ou a zona superior externa do braço.

Vale ressaltar que é necessário orientar o paciente ou seu cuidador sobre as formas de aplicar essa medicação, devendo a primeira dose ser feita acompanhada por um profissional da saúde qualificado. 

 

Observações finais

Esse é um texto informativo destinado a informar profissionais da saúde sobre essa nova medicação. Não utilize nenhuma informação contida aqui como sugestão de uso ou de prescrição médica. O medicamento Volanesorsen somente deve ser prescrito por profissionais médicos com experiência no tratamento da síndrome da quilomicronemia familiar.