Não é novidade que homens com sobrepeso ou mesmo obesidade, frequentemente possuem níveis séricos de testosterona baixos. Associado a isso, sabemos que esse tipo de condição é um fator de risco para o desenvolvimento de Diabetes do Tipo 2.
A partir dessa relação, surgiu uma hipótese: indivíduos com alterações glicêmicas ou mesmo com diagnóstico recente de Diabetes Mellitus do Tipo 2, podem ser beneficiados com a utilização de testosterona exógena caso não apresentem hipogonadismo?
Foi isso que Bracken e colaboradores decidiram descobrir em seu estudo. O grupo de pesquisadores avaliou mais de mil homens, os quais apresentavam alterações glicêmicas no Teste Oral de Tolerância a Glicose (TOTG) ou então diagnóstico recente de Diabetes do tipo 2. Como critério de inclusão no estudo, os pesquisadores selecionaram entre outras variáveis, apenas homens com testosterona inferior a 403, mas que ainda não tivessem diagnóstico de hipogonadismo.
A ideia do estudo foi comparar se em dois anos, os homens que recebessem 1000mg de Undecanoato de testosterona a cada 12 semanas, por 2 anos, apresentariam menor chance de evoluir para diabetes em relação ao grupo que recebeu o placebo.
O resultado encontrado pelo grupo foi surpreendente! O grupo que recebeu testosterona teve maiores diminuições na glicemia em jejum, circunferência da cintura, percentual de gordura além de maiores aumentos na massa muscular, força de preensão manual e melhorias significativas no Índice Internacional de disfunção erétil.
Diante disso, uma nova arma pode entrar em nosso arsenal na prevenção de diabetes em homens com alterações glicêmicas no TOTG ou diagnóstico recente de Diabetes. Entretanto, vale ressaltar que mudanças na alimentação e prática de atividade física, permanecem como medida obrigatória para essa população.