Tratamento Farmacológico da Ginecomastia

Existe remédio para tratar ginecomastia?

O aumento do tecido e sensibilidade mamária é um problema comum que geralmente ocorre em situações de desbalanço entre os níveis de Estrogênio e Testosterona. Sendo assim, esse tipo de condição acomete especialmente adolescentes que estão iniciando na puberdade e homens adultos em terapia de privação androgênica (devido ao câncer de próstata, por exemplo). Além disso, usuários de esteroides anabolizantes, eventualmente, também podem apresentar esse tipo de quadro clínico.

Além do aumento decorrente da sensibilidade e desconforto local, é notório o incômodo devido a um prejuízo estético. Sendo assim, diante dessa patologia, é comum a necessidade de tratamento cirúrgico para remoção de parte da glândula e, com isso, resolução do quadro clínico. Mas além do tratamento cirúrgico, é possível a realização de um tratamento clínico para essa patologia?

Para responder essa pergunta, vamos falar hoje das 3 principais linhas de tratamento farmacológico que vem sendo estudadas para essa condição: Os moduladores seletivos do receptor de estrogênio (SERMs), inibidores da enzima aromatase e os hormônios androgênicos.

Como falado anteriormente, o quadro de ginecomastia geralmente é desencadeado pelo desbalanço entre os níveis de estrogênio e testosterona. Sendo assim, em homens com hipogonadismo, a reposição de testosterona pode ser capaz de auxiliar no quadro clínico. Entretanto, em homens eugonádicos, esse benefício não ocorre.

Outra classe de medicamentos muito falada são os inibidores da aromatase, tendo como uma das drogas mais conhecidas o anastrozol. Seu uso muitas vezes é empregado devido ao mecanismo bioquímico da droga de diminuir os níveis de estrogênio circulantes. Apesar de fazer sentido farmacológico, o desfecho clínico não vem se mostrando eficaz. Um estudo duplo cego randomizado realizado em pacientes com ginecomastia puberal, demonstrou não haver diferença significativa na porcentagem de pacientes com redução de 50% ou mais no volume total da mama, calculado a partir de medidas ultrassonográficas, entre os grupos anastrozol e placebo.

Para finalizar, vamos falar dos SERMs. Uma série de estudos demonstraram que a utilização de tamoxifeno e especialmente o Raloxifeno foram positivos na diminuição do volume e sensibilidade mamária. A redução do tecido mamário chegou a ocorrer em cerca de 70% dos pacientes em um estudo duplo cego randomizado realizado em idosos com ginecomastia de diversas causas. Um ponto importante, é que revisões mais recentes apontam que esse tipo de medicação diminui muito sua eficácia quando utilizada em pacientes com quadros de mais de um ano de evolução.

Diante disso, vemos que apesar de os dados dos ensaios clínicos serem limitados, existe evidência que suporta a possibilidade de tratamento clínico em casos iniciais de ginecomastia. Associado a isso, vale ressaltar que especialmente em usuários de esteroides anabolizantes, muitas vezes o mais prudente é reduzir ou mesmo cessar as doses de hormônios em uso. Por fim, é importante frisar que o tratamento profilático para a ginecomastia em usuários de esteroides anabolizantes, é algo inadequado.

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